Caixão pra Casal.

--Aviso: Post Gigantesco--

Desconfio seriamente desta coisa de "dou minha vida por você", "quero morrer bem velhinho ao teu lado", "sem você eu morreria" e outras desse tipo. Inda mais agora, nesses tempos em que os divórcios parecem estar na moda e aumentam mais e mais a cada dia.
Desves estar estranhando o título, mas baseado no parágrafo acima, me responda por favor: já vistes quantos caixões pra casal?
Dá só uma lida na situação abaixo, onde um bandido invade a casa dum feliz e jovem e inocente e apaixonado casal, gritando:
- Vai morrer, mermão, num dianta, vai morrer!
A esposa rapidamente se esconde atrás do marido (aliás, isso deveria ser levado à estudo: por que em situações em que sentem-se ameaçadas, as mulheres se escondem atrás dos homens?).
- Mas por que, o que houve, o que fizemos? - pergunta assustado o casal.
-Num sei mermão, tá no texto, um de vocês tem qui morrer! - responde o bandido.
A esposa, com maior rapidez, parece ficar mais magra ao esconder-se ainda mais atrás do marido.
-Bom, se tem que ser alguém, que seja você, né mô? Afinal, sempre foi tão cavalheiro! - elogia a esposa.
-É isso aí, tá certa a mulher! Qui tipo de home é você pra deixar essa belezura morrê? É um home ou um rato? - indaga o bandido.
- O Seu Ladrão... - ia dizendo o marido.
- Ladrão é o cacete, mermão! Qué me rebaxá, pôrra? Eu sô 'ssassino, Seu 'ssassino pôrra!! Sabe lê no crachá, não? - grita indiginado o assassino.
- Ô Seu Assassino, como cavalheiro que sou, não posso deixar as coisas assim, afinal desde pequeninos aprendemos que sempre são as damas primeiro! - justifica-se o marido.
O assassino visivelmente emocionado e com lágrimas nos olhos:
- Pôrra maluco, dá cá um abraço! Tú é educado mermo! Aí belezoca, tú num merece um home assim aí, até na hora da morte o bicho é cavalheiro e pensa em ti. O home num merece morrê não! Aí o belezura, é tú mermo que vai levá fumo! - setencia o assassino.
(se for pra viver amigo, me convida! Agora, se for pra morrer - três batidinhas na madeira - vai sozinho!).
Moral da estória: a vida pode estar uma droga, com tudo o mais e o impossível dando errado, desabrigado e dormindo na rua da amargura, com fome e sem ter o pão que o diabo amassou pra comer, ainda assim, o sujeito só tem um desejo, que é viver (e se possível muito bem, mesmo que estando viúvo!)!

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Imagem:betocritica.blogspot.