Escrever.

Dá medo.
Dá medo escrever. Dá medo se abrir, expor ao mundo seus sentimentos e opiniões. Dá medo colocar seu teclado a tapa e a possibilidade de não gostarem, de rirem, de ti crucificarem.
Dá medo, dar voz a alguém que vive dentro de você, o qual não conheces e não é detectado em exames de quaisquer espécies. Dá medo do que ele vai gritar e digitar. Principalmente sobre você.
Dá medo descobrir que tens opinião. Que pensas assim e assado sobre isso e aquilo.
Dá medo dar cor, luz, forma e brilho a tantos seres e objetos que estavam quietinhos escondidos, quase mortos, bem lá dentro de ti.
Dá medo parar frente a frente e olhar olho no lho de quem gostas e escreveu. Dá medo sua reação, sua opinião, ou ainda, seu silêncio.
Dá medo saber que tem gente igual a você. Que tem os mesmos medos e coragens e desejos que você. Que insiste em seguir nesta direção.
Dá medo criar, digitar estórias que ganham o mundo e vão além de nossas mãos. Que entram em lugares que nem sabíamos que poderíamos entrar.
Dá medo escrever.
Dá medo saber que tem alguém interessado em ler.

depois teclamos.
Imagem: poseiasgraci.blogspot.