Se lembra quando íamos em um show e rolava aquela música mais lentinha, geralmente chata? Então, isto criava um instinto coletivo no público, que colocava os isqueiros acesos para o alto. Era bonito, dava uma energia legal. Hoje em dia o pai já quarentão que foi ao show do Iron Maiden com o filho adolescente, pagou mico. Em Fear of the Dark, o pai ex-fumante, levou seu aposentado isqueiro e acendeu na introdução da música. Acreditava ali, iniciar seu filho no mundo do metal. Para sua surpresa, o filho abaixou a mão do pai e levantou o celular para filmar a música. Ao olhar pro lado, o pai vê um mar digitais e celulares a gravar a música. Todos olham a banda pela telinha de lcd azul e cantam em voz alta. O filho ainda fala: " Pai isso vai parar no youtube! O Gabriel vai pirar quando ver!" Neste instante, o pai percebe que poucos curtem o momento de ver ao vivo o que todo mundo conhece por cd e por dvd. Ele se sente anacrônico com um velho isqueiro na mão. Resolveu largar a reflexão e cantou forte o refrão balançando a cabeça como nos velho tempos. Só que de tão empolgado acabou esbarrando no ombro do filho e este reclamou: "Po pai, vai estragar a gravação!".
Acabado o show, Arnaldo (pai) saiu doido pra comentar o show, os riffs, o som, o vocal. Porém o filho já via os vídeos no celular e avaliava quais músicas ficaram melhor pra postar na net e repassar aos amigos. Realmente o tempo presente não importa, o futuro acontece agora!
Desfrutar ou gravar? Sensibilizar-se no momento ou eternidade e popularidade digital?
Faça a sua escolha!
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