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Do Livro: Anarquistas Graças à Deus.

Alguns anos atrás, e põe atrás nisso, li este livro (Anarquistas Graças à Deus) e fiquei fascinado, não só com a estória (ou seria melhor escrever, estórias?) contidas nele, mas sim pela forma como essas histórias são contadas/narradas. Incrível como todas as estórias do livro, e todas verdadeiras, pois fazem parte da vida da autora (Zélia Gattai), são leves, engraçadas e minunciosamente, sem ser nem um pouco enfadonho, descritas!
Zélia mostra já neste livro que é uma grande contadora de estórias, como comprovaríamos também nos outros livros que lançaria depois. E pensar que que ela ingressou na carreira literária tarde, aceitando um conselho do seu marido (Jorge Amado), o qual insistia para que ela colocasse no papel as estórias que contava para seus filhos.
Nos tempos de escola, nas aulas de literatura/português, fui apresentado a este livro através da crônica "Os Automóveis Invadem a Cidade", a qual prazerosamente transcrevo um trecho pra vocês.
Deliciem-se, e tal qual crianças, aprendam divertindo-se!


Os Automóveis Invadem a Cidade.


Naqueles tempos, a vida em São Paulo era tranquila. Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados, circulando pelas ruas da cidade; grossos tubos, situados nas laterais externas dos carros, desprediam, em violentas explosões, gases e fumaças escuras. Estridentes fonfons de buzinas, assustando os distraídos, abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que,em suas desabaladas carreiras, infringiam as regras de trânsito, muitas vezes chegando ao abuso de alcançar mais de vinte quilômetros à hora, velocidade permitida somente nas estradas. fora este detalhe, o do trâsito, a cidade crescia mansamente. Não havia ainda surgido a febre dos edifícios altos; nem mesmo o "Prédio Martinelli" - arranha-céu pioneiro de São Paulo, se não me engano do Brasil - fora ainda construído. Não existia rádio, e televisão, nem em sonhos. Não se curtia som e aparelhos de alta-fidelidade. Ouvia-se músicas em gramofones de tromba e manivela. Havia tempo pra tudo, ninguém se afobava, niguém andava depressa. Não se abreviavam com siglas os nomes completos das coisas e das pessoas. Para que isso? Para que o uso de siglas? Podia-se dizer e ler tranquilamente tudo, por mais longo que fosse o nome, tudo por extenso - sem criar equívocos - e ainda sobrava tempo pra ênfase, se necessário fosse.
Os divertimento, existentes então, acessíveis a uma família de poucos recursos como a nossa, eram poucos. Os valores daqueles idos, comparados aos de hoje, no entanto, eram outros; as mais mínimas coisas, os menores acontecimentos, tomavam corpo, adquiriam enorme importância. Nossa vida simples era alegre, rica e sadia. A imaginação voando solta, transformando tudo em festa, nenhuma barreira a impedier meus sonhos, o riso aberto e franco. Os divertimento, como já disse, eram poucos, porém suficientes para encher nosso mundo.


depois teclamos.


Imagem by: www.skoob.com.br.

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