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Contando Contos - Papel, Abraço e Fim



Ele, Anderson, terminara o ensino médio sem perspectiva. Foi caçar emprego para ajudar a mãe que o custiou até ali sozinha. O melhor que conseguiu foi distribuir papel de "Compro Ouro" para o trambiqueiro da esquina. R$20,00 o dia. R$480,00 para alguém de 17 anos, dá pra comprar uma boa bermuda, deixar um pouco da grana pra mãe e ainda sair com os amigos com alguma frequência. O que o amargurava, não era o dinheiro nem a inabilidade com as mulheres. Ele observou que ninguém lia o que distribuia. Se não liam, menos ainda olhavam seu rosto. Sentia-se um poste entre pessoas que o ignoravam. Nem luz ele trazia como seu semelhante cinza. Resolveu então, em alguns folhetos escrever: "Me dê um abraço!". Longos meses sem se quer um aceno. Sim, teve uma vez que um homem bem suado caminhou em sua direção, mas foi apenas pra saber onde ficava o posto dos correios. Ficou aliviado com a pergunta. Até que em meio ao tic de bater um papelzinho no outro antes de panfletar, foi abordado por uma menina negra e de vestido cinza até os joelhos, que perguntou se poderia dar-lhe um abraço. Sem graça, Anderson, aceitou ainda surpreso pelo inesperado. Reparou que assim como ninguém o olhava até então, ele também não via as feições a quem panfletava. Não lembrava quando ela pegou o papel. Tiveram uma breve conversa sobre nomes, idade e o que fazem. Ele foi sonhando o que poderia acontecer a partir dali. Namoro, cinema, primeiro transa (será que dela também?), filhos e família. Todos os dias Maíra passava para ir até o curso de idioma, porém cada vez o olhava menos. Ele se sentia desprezado, pois nunca mais conversaram e muito menos qualquer esperança de outro abraço. Ela, com receio dos olhares dele, cada vez mais pedintes de atenção. Até que um dia passou acompanhada de um rapaz alto, de boa aparência. Anderson, se sentiu traído (filhos, família, cinema, tudo se quebrou) e resolveu que queria falar com ela depois do curso.
A partir daqui, cabe a você leitor entender, pois jamais foram vistos. Nem abraçados nem separados.


Até a próxima. Sem abraços, por favor.

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